A proposta de emenda à Constituição (PEC) que visa extinguir a escala de trabalho 6×1, na qual o funcionário trabalha seis dias consecutivos para folgar apenas um, encontra um apoio significativo no Congresso Nacional que transcende as linhas partidárias governistas. Uma pesquisa recente do Painel do Poder, realizada pelo Congresso em Foco com deputados e senadores, indica que 50% dos parlamentares são favoráveis à mudança (44% concordam totalmente e 6% parcialmente).
Em contrapartida, 44% dos congressistas entrevistados manifestaram discordância (39% totalmente e 5% parcialmente), enquanto 6% se declararam indiferentes à proposta. Apesar da simpatia de metade do Congresso, a aprovação da PEC exige um quórum qualificado de três quintos dos votos tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal para que possa alterar a Constituição.
A análise dos dados por perfil ideológico confirma que o apoio à medida não se restringe à base aliada do governo Lula. Entre os governistas, o grau médio de apoio é de 4,29 (numa escala de 1 a 5), enquanto na oposição a média é de 1,58. No entanto, entre os parlamentares que se declaram independentes, a nota média de apoio alcança 3,09, posicionando-os mais próximos da base governista do que da oposição nesse tema específico.
A discussão sobre o fim da escala 6×1 ganhou força após a deputada Erika Hilton (Psol-SP) apresentar uma PEC sobre o assunto em 2024, recebendo posteriormente o apoio do governo federal, que incluiu o tema no pronunciamento presidencial do Dia do Trabalhador deste ano. A proposta, contudo, enfrenta resistência do setor empresarial. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o debate necessitará ouvir todos os lados envolvidos.
Paralelamente, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) também anunciou a intenção de apresentar um projeto semelhante no Senado, onde a proposta parece ter maior aceitação inicial, com mais da metade dos senadores entrevistados na pesquisa concordando totalmente com a medida. Apesar do apoio expressivo, apenas 21% dos parlamentares acreditam que a PEC tenha chance alta ou muito alta de aprovação nos próximos seis meses, enquanto 38% consideram as chances muito baixas.
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